Um turismo sem projetos, sem comando e, pasmem, sem reclamações

Quando o turismo vai acordar
JBO/Maurício Maron

Desde novembro do ano passado, a secretaria de Turismo de Ilhéus não tem um titular. Com a saída do empresário Alcides Kruschewsky, o prefeito Jabes Ribeiro optou pela interinidade.

A falta de apetite do prefeito em anunciar o novo nome para a pasta é a clara demonstração da atenção que ele dá ao setor.

Aliás, desde que assumiu, Jabes deixou o turismo em segundo plano. Alcides não teve sala, sequer. Trabalhou numa mesa improvisada sobre o palco do auditório da Casa de Jorge Amado depois de despejado da casa que era alugada pela Prefeitura no governo anterior, e só conseguiu fazer algumas coisas - como o Aleluia Ilhéus, por exemplo - graças às parcerias que, por iniciativa própria, conseguiu construir.

O que causa estranheza é o comportamento do trade: calado, silencioso.

Fosse outro prefeito, os discursos já estariam na rua e os protestos estourando pelas redes sociais.

Por muito menos, outros prefeitos de Ilhéus que antecederam a Jabes, sofreram pressão do setor, que se sentiram até no direito de indicar quem queriam ter comandando a pasta. E conseguiram.

É por essas e outras que o turismo de Ilhéus acontece apenas 40 dias por ano.

Governo e entidades elogiam o período da alta estação, quando ganham dinheiro, como se não houvesse o resto do ano para pagar a conta.

Jabes os levam ao banho maria, batendo nas costas, fazendo carinho  e prometendo que tudo um dia vai melhorar (mas quando mesmo?) a toda hora que se sente ameaçado por alguma liderança do setor.

No entanto, o que se vê, na prática, é uma pasta do governo desprestigiada, sem comando, sem projetos, sem sala. Sem nada.

Uma pena.